12 Years a Slave (12 Anos de Escravidão) deve ganhar o Oscar de melhor filme este
ano. Apesar de ter assistido ao longa antes de começar o blog, irei discutir rapidamente alguns pontos sobre o
filme, até pela sua crescente importância.
Dirigido por Steve McQueen, o longa conquistou boa parte da
crítica especializada americana. A história é baseada na autobiografia de
Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), negro violinista de Nova York que é
sequestrado durante uma apresentação em Washington. Tratado como mercadoria,
Solomon é vendido para um proprietário de terras da Louisiana, onde passa doze
anos como escravo em condições subumanas.
Apesar da atuação do elenco principal ser algo a destacar, a
história e as opções do diretor não me agradaram. O filme é demasiado lento.
Contexto histórico? A preocupação dos produtores foi entrar no mercado americano,
se você não sabe sobre o período do escravismo estadunidense leia um livro ou
artigo antes.
O maior absurdo é querer comparar 12 Years a Slave com Schindler's
List. O drama sobre a vida de Oskar Schindler é completo em todos os
aspectos. A extensa explicação sobre as condições de vida dos judeus na Polônia
aliado a análise do psicológico de Amon Goeth (Ralph Fiennes), por exemplo, é
algo que surpreende e arrepia. 12 Years,
por outro lado, é apenas mais uma das tantas histórias de sofrimento. As longas
tomadas com cenas de estupro ou castigos são desnecessárias e repugnantes. O
que poderia ser apresentado em segundos leva três, quatro, cinco minutos. Alguém
vai me dizer: “mas estas cenas são necessárias para entender o sofrimento de
Solomon!”. Ora, se tal tipo de apelação fosse verdade, então será que um filme
que trata sobre genocídio teria que apresentar somente cenas sobre detalhes de
um determinado massacre para cumprir seu objetivo principal? Obviamente não!
A extrema preocupação do diretor em passar ao espectador a
mensagem que Solomon sofreu muito na vida acabou deixando de lado qualquer
possibilidade de entender quem realmente era Solomon, a pessoa livre. Acredito que no dia que
algum roteirista talentoso se sentar e trabalhar em cima do clássico Uncle
Tom's Cabin, de Harriet Stowe, teremos um filme de primeiro nível sobre a
escravatura nos EUA. Até lá, ficamos com 12 years a slave, que não é de todo
ruim.
NOTA: 6/10
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