Robert Redford foi um dos heróis da minha infância. The
Natural (1984) foi meu filme favorito por um bom tempo. Adorava ver e rever
Redford no papel de Roy Hobbs. Quando
estava triste ou desmotivado, me lembrada da frase “And then when I walked down the street people would've looked and they
would've said there goes Roy Hobbs, the best there ever was in this game.” Devo citar também outros filmes
memoráveis deste ator: All the President's Men (1976), Butch Cassidy and the
Sundance Kid (1969) e The Sting (1973, com o plus de estar na lista do meu top 10 atual). Redford é um ator
completo. All is Lost apenas confirma o que todos já sabem: o cara é bom!
Em um filme de menos de 5 frases, o espectador é convidado a
acompanhar a luta do “nosso homem” (nome como é referido o personagem nos
créditos finais). Após encontrar uma rachadura no casco de
seu barco, tenta de todas as formas possíveis bolar um plano para sobreviver e ser resgatado
em alto mar. Escrito e dirigido por J.C. Chandor, que ganhou fama após o
ótimo Margin Call (2011), o filme virou o queridinho dos críticos
profissionais, chegando a estar em algumas listas das melhores produções de
2013. O fato de Robert não ser indicado ao Óscar não surpreende: dificilmente a
Academia iria premiar este tipo de filme. A nomeação para edição de som, no
entanto, é muito justa.
Apesar de entender a proposta do diretor, gostaria de saber
mais sobre o passado do nossos homem. Visivelmente, podemos notar que ele é um
marinheiro rico e boa pinta. Mas sua tranquilidade frente a morte e seus raros
momentos de raiva não podem ser totalmente compreendidos sem a referência a seu
background.
A luta pela sobrevivência, tão explorada pelo cinema nos
últimos 10 anos, ganhou uma produção de
primeiro nível para as listas deste gênero. Apreensão, emoção e tensão: Chandor
mostra que uma produção boa pode ser realizada de forma simples e inovadora.
Confesso que ao saber da produção deste filme, no começo do ano passado, temia
pelo pior. Cheguei a considerar que o fracasso poderia manchar a carreira de um
dos meus ídolos no cinema, pois pensava que este tipo de produção não iria dar
certo (fiquei traumatizado após assistir Gerry
- 2002). Ufa, que bom que estava enganado! Redford, you rock!
NOTA: 8/10
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