Senhoras e senhores, este é o filme responsável pela décima
oitava indicação de Meryl Streep ao mais cobiçado prêmio do cinema.
Confesso que esperava um filme bem ruim. As críticas do The
Guardian e do San Francisco Chronicle detonaram os produtores e o diretor John
Wells. No entanto, a máxima de que o cinema só é o que é pelas diferentes
interpretações de um filme é válida neste caso. O filme trata sobre a história de uma família após a morte
do patriarca. Com a viúva Juliet, interpretada por Steep, em um delicado estado
de saúde (seu câncer na boca e o constante uso de medicamentos alteram
constantemente seu humor), os filhos se reúnem em Oklahoma para o funeral e decidem
lavar a roupa suja. Então, meus amigos, temos revelações de adultério, uso de
drogas, separação e outras revelações bombásticas.Julia Roberts interpreta a Barbara, que não aceita o vicio
de sua mãe e a enfrenta sempre que possível para que ela possa, um dia, retomar
sua vida de uma maneira “limpa”.
O filme é ruim? Não, pelo contrário, é muito interessante. É
cansativo? Sim, extremamente cansativo. O grande problema é que temos duas
atuações excepcionais dentro de um filme “normal”. Fica evidente que o
personagem de Juliet foi escrito com Streep em mente. Sua atuação é memorável
(ao ponto de eu garantir que sua interpretação não deixa nada a dever para a
incompreendida Joana de Kramer vs. Kramer).
Me parece que este foi também o pensamento da Academia. As histórias paralelas
se perderam, e no final do filme o espectador pode ser perguntar: “tá, mas qual
era a história mesmo”.
O ponto que mais me indignou foi a tentativa de recriar um
ambiente baseado no extraordinário Festen (1998), com uma sequência de bombas
sendo despejadas em um espaço curto de tempo. O filme perdeu sua identidade.
“O cinema só é o que é pelas diferentes interpretações de um
filme”. É. Disse isso porque alguns amigos e alguns críticos profissionais como
Scott Foundas analisaram o filme de outra maneira, explorando o lado
psicológico dos personagens ao invés da história. Talvez se eu conseguisse
fazer uma forcinha me arriscaria em estruturar os comportamentos dos personagens
de Streep e Roberts. Mas depois das minhas tentativas frustradas de entender Mulholland
Dr, acho que isto tomaria um tempo do qual não possuo.
Não se deixe enganar. É um bom drama. Talvez aquele para se
ver em DVD ou Blu Ray muito mais pelos nomes do elenco do que pelo roteiro.
NOTA: 6/10
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